(Download) "Antiguidades Modernas" by Lenin Soares " Book PDF Kindle ePub Free
eBook details
- Title: Antiguidades Modernas
- Author : Lenin Soares
- Release Date : January 24, 2018
- Genre: Education,Books,Professional & Technical,Religion & Spirituality,History,Ancient,Europe,Latin America,
- Pages : * pages
- Size : 1588 KB
Description
Esta pesquisa se origina da necessidade de pensar sobre a Antiguidade ClĂĄssica e sua relação com o universo colonial brasileiro. Sendo o processo de controle de Portugal sobre as terras americanas iniciado durante os sĂ©culos XVI e XVII Ă© natural imaginar que as relaçÔes culturais travadas no Ăąmbito do Renascimento se refletissem no mundo colonial, porĂ©m, apesar desta percepção, os historiadores pouco haviam tratado do tema, com exceção do trabalho clĂĄssico de SĂ©rgio Buarque de Holanda, VisĂŁo do ParaĂso, poucas sĂŁo as abordagens que relacionam o Renascimento ao mundo colonial, isto normalmente porque a historiografia se volta a percepção do que hĂĄ de especĂfico Ă s relaçÔes coloniais se afastando com isso das continuidades e uma destas Ă©, exatamente, a presença constante das referĂȘncias Ă Antiguidade ClĂĄssica. Portanto, nosso objetivo com esta tese Ă© observar a presença de referĂȘncias Ă Antiguidade nas crĂŽnicas coloniais e avaliar como esta presença Ă© utilizada pelos cronistas, sobretudo, com o objetivo de ocidentalizar a AmĂ©rica, isto Ă©, de transformar aquele territĂłrio inĂłspito, desconhecido e nĂŁo-familiar em um lugar hospitaleiro, descrito em seus pormenores, no qual o europeu estaria familiarizado com o Espaço e a Paisagem. Para isso, utilizamos aqui a metodologia da AnĂĄlise de Discurso, sobretudo de vertente francesa. Esta metodologia poderia nos afastar da HistĂłria por ser uma tĂ©cnica utilizada principalmente pelos Estudos LiterĂĄrios, contudo, acreditamos que esta seja a melhor escolha para avaliar estes textos. Baseamos nossas consideraçÔes sobretudo em Michel Foucault, Roland Barthes e A.J. Greimas, e nĂŁo poderĂamos deixar de citar, Mikail Baktin, e chegamos aos resultados que agora apresentamos em forma de tese. Reconhecemos aqui o maior uso de referĂȘncias mĂtico-poĂ©ticas, e dentre elas HĂ©rcules e Marte, alĂ©m do Oceano, JĂșpiter, Apolo e Heitor; seguidamente por referĂȘncias filosofico-literĂĄrias, em que se destacam AristĂłteles, PlĂnio, VirgĂlio e OvĂdio; e por fim as referĂȘncias histĂłrico-geogrĂĄficas, em que se destacam as referĂȘncias a Alexandre o Grande, CipiĂŁo, JĂșlio CĂ©sar e AnĂbal, alĂ©m de Cartago, Atenas, Esparta e TrĂłia. Propomos duas explicaçÔes para estes resultados: primeiramente, a necessidade dos cronistas coloniais se filiarem a uma instituição para manter seu discurso circulando, o que causava uma certa necessidade de adequar-se as regras que aquele ambiente intelectual impunha; e, tambĂ©m, a adoção por parte do cronista da tradição intelectual que ele dispunha para poder entender o mundo americano que se abria diante dele, suas Ășnicas ferramentas, ou melhor, armas para enfrentar o desconhecido.